"A burguesia rasgou o véu de emoção e de sentimentalidade das relações familiares e reduziu-as a mera relação monetária." - Karl Marx & Friedrich Engels

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Por que paz?


Confesso que quando aceitei escrever nesse blog tive um rápido pensamento de “phodew”, pois já me julgo bastante ocupado com outras produções acadêmicas e com o próprio centro acadêmico, mas o espaço de discussão deverá ser bastante frutífero e creio que só teremos a ganhar dividindo o conhecimento obtido em nossos cursos.
Então, uma vez aceita a tarefa de aqui registrar alguns pensamentos, surge o problema: o que escrever? Estive pensando no assunto a semana inteira e encontrei a resposta enquanto folheava Dom Casmurro, para ser mais exato no capítulo XC, em que Bentinho encontra seu amigo que sofre de lepra e conta de sua troca de cartas sobre a Guerra da Criméia.
Ah, o humor machadiano, quando a lepra está corroendo o jovem Manduca, da mesma forma que rebeliões arrancavam a vitalidade do Grande Enfermo, o Império Otomano. É verdade, os russos não entraram em Constantinopla, mas o plano que devia ter evitado essa guerra, o Congresso de Viena e o Concerto Europeu, falharam em manter o status quo e a paz da Europa.
E é sobre isso que venho escrever, um tema para o qual não tenho a mínima solução, mas que tem grande destaque e deve ser valorizado com grande cuidado: a Paz. Nenhuma Santa Aliança foi capaz de salvar o pobre Manduca e nenhum equilíbrio de poder foi capaz de evitar as Guerras Mundiais, não importando quais fossem as aspirações de Metternich.
“Perguntar quem ganhou uma guerra equivale a indagar quem ganhou o terremoto de São Francisco”* Na guerra não há vitoriosos, mas graus variados de derrota. Mas como nenhuma tentativa de Estados Nacionais foi capaz de impedir a existência de guerras, como foi o caso do Concerto Europeu, hoje buscamos diminuir sua incidência e danos, talvez porque a pergunta de “a paz universal é possível?” seja desanimadora demais.
Creio já haver me alongado demasiado, essa foi somente a explicação do que os próximos posts irão tratar na esperança de que possamos nos aproximar um pequeno passo da “Paz Perpétua”.

por Paulo S. C. Yoshimoto

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