"A burguesia rasgou o véu de emoção e de sentimentalidade das relações familiares e reduziu-as a mera relação monetária." - Karl Marx & Friedrich Engels

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Suspiro de um líder

"Ame seu país como ama a sí mesmo
Agarre uma causa e defenda-a com a vida
Não apenas pense, dê sentido ao pensamento
Seja puro, seja íntegro, seja verdadeiro
Ame seu povo, ame sua história
Ame suas riquezas, ame suas pobrezas
Ame incondicionalmente, não enfraqueça jamais."

por Paulo Rodriguez

Aquarela do Brasil
Gal Costa
Brasil!

Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ó Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil!
Pra mim, pra mim, pra mim

Ah, abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil
Pra mim!

Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor

Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado

Brasil!
Pra mim, pra mim, pra mim

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente

O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ó Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil!
Pra mim, pra mim, pra mim

O esse coqueiro que dá côco
A onde amarro a minha rede
Nas noites claras de luar

Brasil!
Pra mim

A houve estas fontes murmurantes
A onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar

A esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro

Brasil!
Pra mim, pra mim
Brasil, Brasil,
Pra mim, pra mim
Brasil, Brasil, Brasil, pra mim...



sábado, 25 de setembro de 2010

O individualismo e as eleições

                A idéia deste tema surgiu em uma conversa, com um grande amigo, quando conversávamos sobre inutilidades, e de repente surgiu o tema individualismo, e logo já estávamos discutindo sobre as eleições e o voto baseado nos interesses pessoais. E, concluímos que,  apesar de vivermos em uma democracia, vivemos também em uma sociedade capitalista, logo, seguindo esta linha de raciocinio, uma democracia capitalista, um termo que na minha opinião é um paradoxo.
                Em nenhum momento as pessoas pensam em conjunto, inclusive em tempos de eleição. Jamais vigora o pensamento de querer o melhor para o todo, e sim de querer o melhor para si. Em algumas discussões, conversas, e coisas do gênero, eu já ouvi muitas coisas, e, o que é mais engraçado, são muitas opiniões a respeito de um mesmo assunto. Muitas pessoas criticam um governo, um governante, ou até mesmo qualquer tipo de líder responsavel por administrar algo de bem comum (um síndico em um condomínio por exemplo). Ouvi pessoas criticarem um governo por não fazer algo, ou por fazer algo, que, na cabeça de quem diz, não fez diferença alguma. É obvio que pessoas de classe mais alta, como executivos por exemplo, sempre vão criticar um governo voltado para o povo, simplismente porque algo que é voltado para o povo não atende o interesse individual desta parcela da população. E, seguindo a mesma linha de raciocínio, é obvio que os mais populares, como peões por exemplo, jamais irão falar bem de um governo voltado para as classes mais altas.
                O mais engraçado de tudo isto, é que, o modo como criticam, os motivos, as reclamaçoes, dentro de seus padrões, são exatamente as mesmas. O mais interessante de tudo é que todas estas reclamações são baseadas em interesses individuais. Ninguém, absolutamente ninguém, ao falar mal de um governo, pensa no estado como um todo, e que, quando o interesse de outras pessoas, teoricamente mais necessitadas, são atendidos, os seus serão por tabela. É claro que eu escuto muito mais reclamações de classes mais altas do que os mais pobres, e isto é meio óbvio, visto que as classes mais baixas são a maioria absoluta da população e com certeza uma quantidade muito maior de votos. Contudo, este não é o meu ponto, usarei como exemplo o ultimo governo para motrar o que desejo.
                O governo lula, tão famoso governo lula, amplamente criticado pelas classes mais altas, visto que, para eles este governo nao foi um governo tão bom assim. É claro que as pessoas, quando fazem estas criticas, não pensam como um todo, pois, se assim fosse, não diriam. O individualismo está tão encrustrado na nossa sociedade, que, ao pensar somente no que seria melhor pra nós mesmos, esquecemos que fazendo parte de um todo, se outras pessoas não estão bem, isso acarretará em consequencias para todos. Logo, devemos pensar em tudo como uma só unidade, onde cada pessoas afeta diretamente outras, e o bem estar comum é o mais importante.
                Então, concluímos que, ao pensarmos no melhor apenas para nós mesmos, ou o que julgamos melhor para nós mesmos, esquecemos dos outros, e, consequentemente de que fazemos parte de um mesmo todo, e, o que teoricamente seria o melhor passa a não ser, e em consequencia disso o desenvolvimento fica comprometido. Devemos, e nada menos que isso, pensar no que seria melhor pra gente, e ao mesmo tempo o que seria melhor pros outros, e, não deixar de lado, pois um individualismo moderado é importante, mas devemos também pensar no todo e através disso julgar o que seria melhor para a sociedade.

por Paulo Rodriguez

sábado, 18 de setembro de 2010

Vote bem! Vote nulo!

          2010! Ano de eleições! Bem vindo ao circo! Votar consciente é um paradoxo! Qualquer pessoa que tenha o mínimo de bom senso e respeito pelo país, e que esteja em pleno estado de consciência, não vota! Não precisamos mais de palhaços fazendo palhaçadas para alegrar crianças em hospitais, basta ligar a TV no horário políticos! Uma questão básica: Como o Tiririca conseguiu sua candidatura?! Como tantos candidatos, em sua grande maioria, sem proposta alguma, conseguem candidatar-se?
          Netinho?! Agora, com o "pagodão", a festa dos políticos no circo "Palácio Central" está completa! Frase do dignissimo Marcelo Tas: "Desculpe Netinho, mas eu prefiro votar em branco"! E, é claro, como nao pode faltar as dançarinas na festa, uma seleção de frutas, escolhidas a dedo, peitos e bunda, para aliviar a tensão do árduo trabalho de nossos futuros deputados!
          Quando as eleições no Brasil deixarão de ser um circo?! Centenas de candidatos, todos eles sem nenhuma idéia! Idéias, não podemos votar em pessoas, devemos votar em idéias, ideologias! Vote consciente, não perca seu voto, anule-o e mostre alguma indignação e respeito pelo seu país, respeito este que foi perdido há tempos.

por Paulo Rodriguez


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Filme da Semana

SINOPSE

No vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba, João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois nordestinos sem eira nem beira, andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, "o filme mais arretado do mundo". A sessão é um sucesso, eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua. João Grilo e Chicó preparam inúmeros planos para conseguir um pouco de dinheiro. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, sempre em parceria com Chicó, mas a chegada da bela Rosinha (Virgínia Cavendish), filha de Antonio Moraes (Paulo Goulart), desperta a paixão de Chicó, e ciúmes do cabo Setenta (Aramis Trindade). Os planos da dupla, que envolvem o casamento entre Chicó e Rosinha e a posse de uma porca de barro recheada de dinheiro, são interrompidos pela chegada do cangaceiro Severino (marco Nanini) e a morte de João Grilo. Todos os mortos reencontram-se no Juízo Final, onde serão julgados no Tribunal das Almas por um Jesus negro (Maurício Gonçalves) e pelo diabo (Luís Melo). O destino de cada um deles será decidido pela aparição de Nossa Senhora, a Compadecida (Fernanda Montenegro) e traz um final surpreendente, principalmente para João Grilo.

TÍTULO ORIGINAL
O Auto da Compadecida
LANÇAMENTO
2000-09-15
DIREÇÃO
Guel Arraes
CO-PRODUÇÃO
Globo Filmes
DISTRIBUIÇÃO
Columbia Tristar
ELENCO
Matheus Nachtergaele . . .  João Grillo
Selton Mello . . .  Chicó
Virgínia Cavendish . . .  Rosinha
Diogo Vilela . . .  Padeiro
Denise Fraga . . .  Dora
Rogério Cardoso . . .  Padre João
Lima Duarte . . .  Bispo
Marco Nanini . . .  Cangaceiro Severino
Enrique Diaz . . .  Capanga
Aramis Trindade . . .  Cabo Setenta
Bruno Garcia . . .  Vicentão
Luís Melo . . .  Diabo
Maurício Gonçalves . . .  Jesus Cristo
Fernanda Montenegro . . .  Nossa Senhora
FICHA TÉCNICA
Direção de Arte: Lia Renha
Figurino: Cao Albuquerque
Diretor de Fotografia: Felix Monti
Montagem: Paulo Henrique Farias
Direção de Produção: Eduardo Figueira
Produtor Associado: Daniel Filho
Baseado na obra de: Ariano Suassuna

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Desalienação Musical




Roda Viva


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)


 

sábado, 11 de setembro de 2010

A razão e os sentidos


            Racionalismo. A verdade. O não palpável, duvidoso. Pegar, cheirar, ouvir, ver, degustar. Isto é o real. Cinco são os nossos sentidos. Detectores da verdade absoluta. Ceticismo. Nada, além disso, é real. O plano do imaginário é inexistente. A ciência guia a sociedade. A ciência é cega. Sociedade. Poucos dizem conhecer os outros sentidos. Loucos. Mito da caverna. Obscuro. Negro. Ignorância. Benção.
            O universo é energia, que flui em um ciclo infinito, tudo está interligado, todos nós somos apenas um. O planeta, a natureza, a vida, todos sentem, todos vivem, todos morrem. Estamos tão presos aos nossos cinco sentidos que nos esquecemos de todos os outros. A intuição, os sonhos, os devaneios. Destino, existindo ou não, o propósito continua alí, basta cada um encontrar o seu. Existem coisas que não precisamos provar, não podemos provar, elas simplesmente existem, e a unica coisa que podemos controlar é se queremos acreditar ou não. Yin-Yang, o equilíbrio, isto existe, isto é a vida, tudo o que fazemos, a terra devolve do mesmo jeito. A razão é uma dádiva, e ao mesmo tempo uma maldição. Nem tudo pode ser estudado, nem tudo pode ser provado, e, muito menos, ignorado.

           por Paulo Rodriguez